Como coloco então - no meu currículo - o verdadeiro nível do meu conhecimento de inglês?
Boa pergunta! Quem é que nunca se deparou com essa dúvida, e se enrolou para dar uma boa resposta? Todos nós, creio eu. Acontece que nossa opinião sobre proficiência em inglês, geralmente é super valorizada, e tendemos a exagerar no nível de fluência, até passar por uma prova de fogo, e ter que ficar explicando que não era tudo aquilo que se dizia. Realmente, uma situação embaraçosa!
Entendo que há 4 níveis de proficiência em idiomas: básico, intermediário,avançado e fluente. Claro, nem sempre é fácil se encaixar em um deles, ainda mais por que há diversas frentes de atuação: escrita, fala, leitura e audição. É normal ser melhor em um, e pior em outro. Falarei disso adiante. Prefiro explicar melhor a respeito dos 4 níveis citados anteriormente, e o real significado de cada um deles:
- Básico: a pessoa se matricula na escolinha de inglês, no nível básico, módulo 1, e entende que já está no nível básico. Bad news! Possui nível básico a pessoa que é capaz de interagir de maneira simples com o idioma. Sabe pedir informações básicas, ou um suco com cachorro quente, e, quem sabe, realizar um pagamento cash e receber o troco sem maiores sustos. Isso é nível básico. Saber conjugar o verbo to be, e repetir a frase “the book is on the table”, não são suficientes para te dar o status de “básico”. Sorry, baby...
- Intermediário: com uma desenvoltura razoável, é capaz de assistir a um telejornal da CNN, por exemplo, e entender o suficiente para saber do que os âncoras estão falando. Mais uma vez, infelizmente, estar matriculado numa escola de inglês, no nível intermediário, não é sinônimo de estar nesse nível. Eu ainda diria que alguém nesse nível é capaz de escrever um e-mail em inglês, e ainda falar com um estrangeiro com boa vontade em se fazer compreendido ao telefone.
- Avançado: alguém com ótima compreensão do idioma, nas 4 frentes existentes: escrita, fala, leitura e audição. Conhece gramática, viaja sem dificuldades ao exterior, realiza leituras normalmente, além de poder assistir à TV ou cinema, sem grandes sustos.
- Fluente: somente quem passou uma temporada no exterior, e ficou imerso no idioma adquire o status de “fluente”. Sem essa experiência, o máximo a que se chega é o nível avançado, claro, com as honrosas exceções de sempre. É como em língua portuguesa: fluente é quem vai à padaria, escola, metrô, assiste a TV, ouve rádio, dá e assiste palestras com desenvoltura. O mesmo vale para o inglês. Fluência é isso.
Legal, mas como se coloca essa informação no currículo? Sugiro que você faça um caldeirão entre suas habilidades de fala-escrita-audição-leitura, e chegue a um denominador comum, citando apenas um dos 4 itens listados anteriormente: inglês básico, intermediário, avançado ou fluente. Evite a estranha informação:
- Escrita: intermediária
- Conversação: básica
- Leitura: avançada
O motivo para não utilizar a informação dessa forma é simples: como contratar alguém que diga ter conhecimentos distribuídos dessa forma? Até entendo que seja possível ter uma ótima leitura, e uma péssima conversação, mas na prática, isso é um problemão! Imagine-se chefe de um funcionário com as habilidades misturadas, como no meu exemplo. Cada vez que você for lhe passar uma atividade, deverá pensar: “Bem, se for para ler o e-mail, ele é bom. Agora, se for para escrever, terei que revisar, e pior ainda, se for ao telefone, ele não saberá se comunicar com eficácia!!”. Não tem cabimentos.
A verdade é que o importante é falar ou não falar. Ou o idioma é usado na sua plenitude, ou tem pouca serventia. Meu convite, portanto, é que você mergulhe no estudo da língua, e torne-se avançado ou fluente o mais rápido possível, para não perder ótimas oportunidades profissionais.
Outro excelente texto do Eng William Mazza - obrigada por autorizar a divulgar em nosso blog.
Verônica Winter